PAULO MONTI
( Rio Grande do Sul – Brasil )
Reside em Porto Alegre/RS.
Poeta, escrito e ativista cultura. Editor e diretor da revista digital “Revista Literária Paralelo 30”, Página pessoal de poesia “Poesias by P@ulo Monti”.
Membro da “Casa del Poeta Rio-Grandense” – Porto Alegre.
aBrace Revista Internacional. Ano V no. 11 março 2010. 2º.s JUEGOS FLORES DEL SIGLO XXI. JOGOS FLORALES DO SÉCULO XII.. URUGUAY – URUGUAI. Diretora: Nina Reis – Brasil. Roberto Bianchi – Uruguay. Montevideo: aBrace editora.
Jurados do Concurso: Luiz Lyrio – Brasil; Antonio Miranda – Brasil; Ndalu de Almeida, Ondjaki – Angola.
Ex. bibl. Antonio Miranda
2º. Prêmio
Passagens
Atravesso pontes internas
como quem naufraga
num verso trôpego!
Quando eu morrer,
não coloquem flores, por favor!
Quero-as,. agora,
brancos cravos em profusão.
Atravesso os dias,
como quem dedilha um solo de violão,
longe,
tangendo restos de solidão!
Atravesso linhas da tua mão
ciganamente, feito um poeta louco,
embriagado de nuvens
e de teu olhar!
As pontes naufragaram.
A morte um dia acontecerá.
Tua mão,
não sei.
Teu olhar,
cadê?
BERNY, Rossyr, org. Poetas pela Paz e Justiça Social. Coletânea Literária. Vol. II. Porto Alegre: Alcance, 2010. 208 p. ISBN 978-85-7592-098-5
Ex. biblioteca de Antonio Miranda – doação do amigo (livreiro) Brito – DF. No. 10 249
Importante: existem mais poemas do que os apresentamos aqui, neste livro tão bem apresentado, vale a pena conferir...
Livro existente na biblioteca de ANTONIO MIRANDA.
Atração
Noite suave.
Encanto de sábado.
Química perfeita.
Voz suave
desnudando emoções,
trocas fugazes, veladas.
Não estar perto,
distância:
Quero o toque,
o perfume,
sentir o imã do olhar.
Moça bonita
tambores na cabeça
beijos não trocados
abraços vazios.
Signos a decodificar
cuidadosa escolha
das palavras.
Ah! Palavras:
Brincadeira sensual
como uma dança
e uma taça de vinho tinto!
Acaso
Prenúncio de chuva:
As nuvens pesam sobre a cidade
— elas ou a outra —
Um telefone brinda um recém-nascido.
Mas, e do tempo, o que dizer?
Um automóvel lança seu rugido:
Que é feito de nossos rugidos?
Nossos pés buscam raízes
mas o melhor do tempo está no momento este,
o da criação sabadinal:
O sábado com sabor de chuva!
E o resto, só o sonar de neurônio (perdido),
refaz a ânsia de nossos dias.
Repente
Num repente
a amplidão.
O céu invade
a sala
e os objetos
flutuam
num raio de sol.
Onde anda a visão?
O céu não invade mais as salas
digam-me por favor.
Quero a lua perdida de um Planalto distante
e cheiro de relva fresca na madrugada.
Quero o coração deixado no mar.
Quero regar o cérebro embotado
e libertar os primeiros relâmpagos noturnos.
Aurora
Um sono profundo
marcado no velho sapato
corrompido pelo tempo
aprisiona o ruflar das asas
sonolentas da manhã.
O passeio noturno
liberta antigas canções,
e, em coloridos poços sonoros
vivem suaves, mas tristes
criaturas: antigos humanoides.
Num grito isolado e quase sufocado
algumas tímidas borboletas
ameaçam o primeiro voo:
O primeiro voo...
E, nas contrações azuis da minha sombra,
transformo-me em anjo sonoro
e musifico.
Faço-o até a última pena,
até que a primeira estrela da manhã
bruscamente poligonize-se em minha janela.
*
VEJA e LEIA outros poetas do RIO GRANDE DO SUL em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/rio_grande_sul.html
Página publicada em maio de 2025.
*
VEJA e LEIA outros poetas do RIO GRANDE DO SUL em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/rio_grande_sul.html
Página publicada em janeiro de 2022
|